quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração

Fernando Pessoa

Análise Pessoal:
Todos nós somos poetas doentes.
Pensamos e agimos diversas vezes com a emoção e a razão, nunca em sintonia,sofremos sem saber o porque.
Fingimos amar quando estamos apaixonados, nem sequer sabemos o que realmente é o amor.
Desejo de posse, ciúmes, isso não é amor.
O significado de Amar se tornou uma escravidão, que não foi abolida, persiste em uma retórica eloquência.Estamos preso a ele.
Viver seguindo a imaginação é não viver,pois o real é o que vemos e tocamos.
O coração é a nossa maior arma vital, somos movidos a ele.